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Logística reversa e a competitividade empresarial

Novas formas de conduzir as estratégias empresariais obrigam empresas a competir, colaborar e inovar ao mesmo tempo, na busca de ganhar valor perceptível aos olhos de seus clientes. Consumidores finais exigentes e clientes nas cadeias de suprimentos com elevados níveis de sofisticação tecnológica percebem e exigem altos níveis de serviços.

Sancionada em agosto de 2010 pelo presidente Lula, a lei de Resíduos Sólidos prevê a substituição dos lixões por aterros sanitários, a criação de planos municipais, estaduais e federal para a gestão dos resíduos, e o incentivo a linhas de financiamento de cooperativas, que devem auxiliar a coleta seletiva e a logística reversa de produtos. Esta norma no Brasil está baseada no princípio do Poluidor-Pagador e no Desenvolvimento Sustentável. Trouxe uma importante inovação: a Logística Reversa, a qual deverá ser implementada pelos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos (seus resíduos e embalagens), como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo, resíduo perigoso (observadas as regras de gerenciamento de resíduos), pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Portanto, um do pilares da lei é o processo que retorna aos geradores dos resíduos seus produtos para que eles sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos. Outro desafio da lei, a coleta seletiva não é plenamente difundida. Dados do setor apontam que 44% dos municípios brasileiros não dispõem da iniciativa. A regulamentação prevê que o processo da coleta deverá ao menos separar resíduos secos e úmidos e, progressivamente, ser estendido à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas, segundo metas estabelecidas nos respectivos planos. A fiscalização deverá ser feita por órgãos municipais.

Em São Paulo, entidades de quatro setores da indústria assinaram Termos de Compromisso Setoriais de Resíduos Sólidos com a SMA – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e a Cetesb, em que estabelecem como funcionará a logística reversa dos resíduos gerados após o consumo de seus produtos. Foram assinados acordos de quatro modelos de projeto de responsabilidade pós-consumo, que estabelecem a destinação de embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias portáteis, óleos lubrificantes, produtos de higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, limpeza e afins.

Estes compromissos seguem um mandamento legal, não só porque se adéquam à Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas também moral, pois se comprometem com o futuro das próximas gerações. Valores de marca, preço, tecnologia e outros diferenciais competitivos tradicionais parecem não ter a mesma força mercadológica em diversos segmentos empresariais, tornando-se condição qualificadora de participação no mercado, traduzindo o que se convencionou denominar de “commoditização dos mercados”.

A conservação de clientes, fidelizando-os à empresa ou à marca, torna-se um dos principais objetivos empresariais atuais visando melhorar a lucratividade das empresas, ao invés de se concentrar somente no lucro das transações individuais. Relacionamentos duradouros com clientes são direcionados por objetivos empresariais estratégicos aos quais devem se dedicar todas as áreas da empresa.

Atualmente, parece claro, portanto, que além do investimento em produto, tecnologia e marca, a empresa moderna necessita investir em ações que tornem o pacote produto e serviço mais atraente ao cliente, de forma a permitir-lhe atingir suas próprias metas. O que efetivamente contará para o cliente é a relação entre os benefícios recebidos e o custo total do produto, na qual o preço é somente uma das parcelas.

Os níveis de serviços a serem oferecidos e que efetivamente agregam valor ao cliente na cadeia devem ser estabelecidos através da perspectiva do cliente e não mais somente pela ótica interna da empresa.

A preocupação estratégica empresarial na implementação de programas de logística reversa pode ser avaliada como “Aumento da Competitividade” em relação aos demais motivos, que não menos importantes, permitem avaliar as diferentes formas de acréscimo à marca, de valor propiciado pela Logística Reversa.

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